quarta-feira, junho 27, 2007

O Corvo



(...)



"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais.
Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida
Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais,E
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".





"Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!", eu disse. "Parte!
Torna á noite e à tempestade! Torna às trevas infernais!
Não deixes pena que ateste a mentira que disseste!
Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!
Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".




E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda
No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.
Seu olhar tem a medonha cor de um demônio que sonha,
E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,

Libertar-se-á... nunca mais!


(...)



Edgar Allan Poe
(Tradução e rima por Fernando Pessoa)





Imagens: "Vincent", 1982
dir.: Tim Burton.



sexta-feira, junho 22, 2007




Meses atrás vi este adesivo na luminária de um ônibus, foi quando tirei a foto. Na época eu não entendi. Ontem, quando voltava pra casa, vi outra vez, continuo sem entender. Poderia talves ser algum tipo de brincadeira, mas se fosse, creio que a empresa retiraria rapidamente, não sei. Quer dizer, sei, que não sei.


quarta-feira, junho 20, 2007

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É incrível como algumas coisas extremamente simples como um banho e ler deitada num colchão em uma tarde qualquer, possuem o poder de me deixar muito feliz e bem humorada.
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terça-feira, junho 19, 2007

E ela, ao menos uma vez, foi a princesa presa na torre pela Rainha Má.
Porém, infelizmente, ela não acredita mais no Príncipe Encantado!

domingo, junho 17, 2007

Andrew Bird - Armchair Apocripha (2007)







Nesse disco encontraram semelhanças com Jeff Buckley.
Que mais eu poderia dizer?


sexta-feira, junho 15, 2007


Poucos são aqueles que podem dizer que conhecem alguém, não simplesmente conhecer, mas por inteiro, como suas estruturas, fases, defeitos, etc. Uns até dizem, mas é a mais pura balela. Você pode passar dois anos com uma pessoa, e ainda assim ela pode acabar por não te conhecer, não por inteiro, mas conhecendo apenas uma parcela. Não que isso seja falsidade, é apenas uma questão de divisão, células, e o todo, não é nem um pouco simples de se ver, conhecer, e /ou destrinchar. Assim como você pode conhecer uma pessoa, e em quatro meses ela pode possuir poder suficiente para te derrubar com um sopro. São relações destrutivas, para ambos, não que seja uma regra inquebrável, mas o poder costuma ser mútuo. (Voltando brevemente para uma pequena exemplificação/contextualização..) Desde criança desmontava qualquer tipo de coisa, e logo em seguida a remontava, parecia que com esse processo a peça tomava um valor maior. Nem tudo é simples como um robô que anda e atira mísseis enquanto há uma tela-radar em sua barriga, porém, certos valores/teorias permanecem, mesmo depois de duas décadas de existência.

quinta-feira, junho 14, 2007

“Mire na Lua, caso você erre, acertará as estrelas”, esse é o tipo de coisa super fofa que pessoas muito otimistas adoram dizer. É como se a pessoa fosse o objeto a ser atirado, como se pra cada tentativa mal sucedida, surgisse uma outra oportunidade tão boa quanto a anterior. Superficialmente, isso tudo é muito lindinho, animador e principalmente confortável. Porém, basta pensar o mínimo possível nesta frase e perceber que isso não é nem um pouco interessante. As estrelas, pra quem não sabe (!), ficam no espaço, e no espaço apenas existe o vácuo, consequentemente, sem propagação de som. Ou seja, uma pessoa nas estrelas acabaria explodindo, sem nem mesmo poder ser ouvida. Otimismo não deveria ser sinônimo de cegueira, mas na maior parte da vezes, acaba sendo.

domingo, junho 10, 2007


"Tenha cuidado com a tristeza. É um vício."
Gustave Flaubert

(Breve momento otimista exemplificado por uma frase não minha)


sábado, junho 09, 2007

- Você é gay?
- Não...
- Bi?
- Também não...
- Como assim, você é Ht?
- Sim...
- Você tá falando sério?
- Ahan...
- Não pode ser..
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Isso é mais ou menos o que acontece quando me atrevo a ir na parada gay de São Paulo. Claro que isso não acontece apenas uma vez, nem duas, são várias. Os seres que me abordam mudam, os diálogos se alteram, mas a síntese permanece a mesma. Não que seja de total chatice, na maioria das vezes é divertido ver as reações alheias, principalmente das mulheres que duvidam mais do que os própios caras, esses, acabam mesmo na mais pura frustração. Segundo uma professora, possuo uma “androgenia diferente”, não tenho idéia do ela quis dizer com esse “diferente”, porém, o androgenia não vem de hoje, nem reclamo...


quarta-feira, junho 06, 2007



Andrew Bird & The Mysterious Production of Eggs (2005)


sábado, junho 02, 2007

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E nossa teoria foi confirmada:
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Nós somos meras putas, a diferença é que elas merecem o crédito por serem pioneiras.
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