sábado, julho 14, 2007


Nessa semana uma das minhas esperas terminou. Pra bem ou mal, assisti “Cão Sem Dono”, quinto e mais recente longa do Beto Brant, realizado em co-direção com Renato Ciasca.

Esse é exatamente o tipo de filme que mais odeio, não por achar ruim, de baixa qualidade ou qualquer coisa do gênero, mas por gostar demais, pela proximidade atingida. Antes de ver “Cão Sem Dono”, tinha “Crime Delicado” como meu predileto dos filmes do Brant, agora essa opinião mudou, o que eu já esperava, sem desmerecer nenhum um pouco “Crime Delicado”, somente acreditava em um passo maior.

Após realizar “O Invasor”, publico e critica esperavam uma certa continuação no trabalho de Beto Brant, pra não dizer mais do mesmo, porém a peça seguinte foi justamente “Crime Delicado”, e com ele veio a ruptura, uma não moral da estória, um não começo/meio/fim, em uma não clara forma e tão pouco em néon vermelho para cegos. O que facilmente não agrada o (grande?) publico.Uns dizem que essa virada é um amadurecimento, outros que é uma tentativa de realizar um cinema jovem (!)...

Cão Sem Dono não é filme-favela nem mesmo telefilme/jornal. Nele há o subjetivo tão repudiado, a proximidade desconfortável, o vazio que preenche, e a semelhança que destrói. Não há reconciliação familiar, não há volta desejada (fica apenas na projetada), e até mesmo o cão deixa de ser (e não existir), absorvido pelo torpor diário.

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