sábado, dezembro 22, 2007

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Dia desses no bar próximo à faculdade um ser de humor etilicamente alterado se aproximou e começou a dizer o que pensava sobre mim, baseando-se em observações realizadas pelo campus da universidade. Não era nenhum desconhecido, só um aluno do quarto ano de Radialismo recém (quase) formado. Pequena nota, se forma em Radialismo o ser que cursa Comunicação Social em Rádio e Televisão, bonito não?. Voltando da digressão explicativa inútil, prosseguiu falando, tudo com muito humor, mas sem ofender em nenhum momento. Em determinado ponto o humor cessa e ele diz que me definirá, pergunta se quero saber. Claro, respondo. Levanta a mão em direção a minha testa e diz que por trás daquele cabelo há um grande “FODA-SE” estampado pra quem quiser (ou não) ver. Que a cada passo meu é um Foda-Se a mais, um “se quiser falar comigo, beleza. Se não, Foda-Se”. Que admirava isso em mim. A garota sentada ali na minha frente concordou, e disse que também gostava disso. Eu sem saber o que falar ou fazer, ri, única saída. De ambos os seres, não sou intimo de nenhum, apenas colegas, por assim dizer. Não foi nenhuma grande surpresa quanto às declarações, mas não deixa de ser deprimente uma aura inconsciente dessas.

quinta-feira, dezembro 20, 2007


Pt. I

(ou Pessoa Pessoa Pessoa)

O método é quase sempre o mesmo. Entra, passa um, dois, passa três, dezenas, até chegar ao fim do veiculo de transporte coletivo urbano. Procura o melhor espaço para não ser incomodado, seja de qualquer forma, e então fica por ali mesmo, em pé. Não reclama. Usualmente saca um livro da bolsa e prossegue na sua leitura. Segundos antes de ler a primeira sentença analisa as possibilidades possíveis de um dos assentos ser desocupado, leva em consideração feições e vestimentas, pré-conceito, entretanto os acertos ficam na casa dos noventa porcento.



Pt. II
(ou Pessoa)

Ontem foi a mesma coisa, entra, passa, saca, analisa. Não deu outra, em dois pontos um ser levanta desocupando o assento. No entanto, um puto de merda qualquer voa em direção ao assento antes mesmo que eu consiga me mover. Ok, tudo bem, deixa o puto de merda sentar. Ele pode ter um banco, mas eu tenho um cérebro. O cenário é São Paulo, capital, pós quatro da tarde, trânsito carregado e um belo sol (belo segundo os outros). O puto ficara em um banco privilegiado pelo sol latente enquanto nada anda. Um ponto a mais e o assento oposto se desocupa, o puto olha, quase que baba, dou um passo e me sento. Ele continua olhando, desolado, abro minha bolsa e tiro uma garrafa de água. Bebo sem vontade, mas a cara não corresponde. Pobre ser, puto de merda, com sol na testa, sem sorte nem água. Volto a ler.


quarta-feira, dezembro 19, 2007

quinta-feira, dezembro 13, 2007

- Segunda - Feira (10/12)

Palestra: A Crise Estrutural do Ensino Brasileiro

- Terça - Feira (11/12)

Prova: Geografia I - Fordismo e Acumulação Flexível

- Quarta - Feira (13/12)

Prova: Política I - Locke e O Segundo Tratado Sobre o Governo Civil


- Quinta - Feira ( 14/12)

Prova: História I - Trabalho Compulsório no Império Romano / Atividade: Feudalismo

- Sexta- Feira (15/12)

Tentativa de substituição de professores de Sociologia e Política Brasileira e Filosofia I

- Sábado (16/12)

Lançamento e debate de A Ideologia Alemã, obra (finalmente) completa e com preço promocional
Atividade: Geografia I - Relatório sobre trabalho de Campo

Domingo (17/12)

Prova: Antropologia I - A Ideologia Alemã

- Segunda - Feira (18/12)

Prova: Sociologia I - A Comuna

- Durante toda a semana:
Exposição: Gontran Netto
Local: Fafil




Dormir?
Quem precisa?



E para quem quiser perguntar, são apenas estes os saldos da nossa greve.
O sangue foi, literalmente, derramado em vão...

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Resumindo, meu banho foi definitivamente invadido.

O que parecia impossível não é mais.

quinta-feira, novembro 29, 2007

Maria Carolina, uma chamativa morena de olhos verdes, quer colaborar com a edição do Teletón de seu pais, o Chile. Maria pretende doar uma quantia arrecadada com vinte e sete horas do seu trabalho, algo em torno de cinco mil e quatrocentos dólares . "Vou poder colaborar com meu trabalho em uma tarefa que me emociona", disse ela. Maria, apenas pra constar, trabalha vendendo “amor” nas noites chilenas. O apresentador de Tv Don Francisco, responsável pelo Teletón no pais, diz que a idéia é fora de propósito e não vai aceita-la. "Como pode questionar alguém que quer trabalhar para uma causa nobre?", a moça rebate. No mínimo, justo.

sábado, novembro 24, 2007

Ismália

Quando Ismália enlouqueceu,

Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...

Alphonsus de Guimaraens

terça-feira, novembro 13, 2007

Eu também receberia as piores notícias dos seus lindos lábios !

segunda-feira, novembro 12, 2007

Quando descobri o Devo, cerca de oito anos atrás, pensei comigo mesmo que ali estava mais uma puta banda que jamais veria ao vivo, no palco. Errei, pra minha própria sorte e deleite. Oito anos pode parecer pouco pra muita gente, principalmente quando se trata de uma banda do começo da década de setenta. Oito anos atrás eu tinha doze anos. Descobri o Devo sozinho, sem ninguém me apresentar, assim como aconteceu com as minhas outras bandas prediletas. Filho único que sou, não tive a influencia de irmãos mais velhos ou coisas do tipo. Lembro de como fiquei ao encontrar, e comprar, meu primeiro vinil do Devo, no centro de São Paulo. Sete reais, uma barganha. Do show, me restaria apenas a frustração de não terem tocado Time Out For Fun, mas se comparado a minha antiga idéia, de que nunca poderia assistir um show deles, isso se torna algo minúsculo.

sábado, novembro 10, 2007

sexta-feira, novembro 09, 2007

quarta-feira, novembro 07, 2007

Campo de flores

Deus me deu um amor no tempo de madureza,
quando os frutos ou não são colhidos ou sabem a verme.
Deus - ou foi talvez o Diabo - deu-me este amor maduro,
e a um e outro agradeço, pois que tenho um amor.

Pois que tenho um amor, volto aos mitos pretéritos
e outros acrescento aos que amor já criou.
Eis que eu mesmo me torno o mito mais radioso
e talhado em penumbra sou e não sou, mas sou.

Mas sou cada vez mais, eu que não me sabia
e cansado de mim julgava que era o mundo
um vácuo atormentado, um sistema de erros.
Amanhecem de novo as antigas manhãs
que não vivi jamais, pois jamais me sorriram.

Mas me sorriam sempre atrás de tua sombra
imensa e contraída como letra no muro
e só hoje presente.
Deus me deu um amor porque o mereci.
De tantos que já tive ou tiveram de mim,
o sumo se espremeu para fazer um vinho
ou foi sangue, talvez, que se armou em coágulo.

E o tempo que levou uma rosa indecisa
a tirar sua cor dessas chamas extintas
era o tempo mais justo. Era tempo de terra.
Onde não há jardim, as flores nascem de um
secreto investimento em formas improváveis.

Hoje tenho um amor e me faço espaçoso
para arrecadar as alfaias de muitos
amantes desgovernados, no mundo, ou triunfantes,
e ao vê-los amorosos e transidos em torno,
o sagrado terror converto em jubilação.

Seu grão de angústia amor já me oferece
na mão esquerda. Enquanto a outra acaricia
os cabelos e a voz e o passo e a arquitetura
e o mistério que além faz os seres preciosos
… visão extasiada.

Mas, porque me tocou um amor crepuscular,
há que amar diferente. De uma grave paciência
ladrilhar minhas mãos. E talvez a ironia
tenha dilacerado a melhor doação.
Há que amar e calar.
Para fora do tempo arrasto meus despojos
e estou vivo na luz que baixa e me confunde.

Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, novembro 06, 2007


C u m p l i c i d a d e

cum.pli.ci.da.de
sf (cúmplice+i+dade)

1 Ato ou qualidade de cúmplice.
2 Participação na execução ou tentativa de um crime.

segunda-feira, novembro 05, 2007


I n f e r n o

Canto I (Trecho Inicial)

No meio desta vida
me vi perdido numa selva escura,
solitário, sem sol e sem saída.


Dante Alighiere

sexta-feira, novembro 02, 2007

Às vezes, de noite, olhava-se no espelho para ter certeza de existia. Olhava-se nos olhos, tocava os cabelos, as mãos passavam nos rosto, entrava na boca. Sentia os músculos do pescoço, a nuca endurecida. A “saboneteira”, parte mais bonita em uma mulher para ela. A sua não era tão delineada, não gostava. Tocava os seios, que fingia não gostar. Os braços, a barriga. Brincava um pouco com o próprio umbigo, como se ele pudesse se transformar numa piscina muito funda. Escorregava a mão pelo ventre, lentamente. Sentia as pernas grossas, os joelhos. Sentava-se no chão e brincava com os dedos dos pés. Olhava bem para as próprias mãos, para certificar-se de que elas estavam onde deveriam estar. Depois de completamente vistoriada, ainda não se acreditava viva.

quarta-feira, outubro 31, 2007

segunda-feira, outubro 29, 2007

Eu tinha uma jaqueta preta, manga longa, de camurça. Ninguém tinha algo daquele tipo na escola. Não faço idéia de onde comprei, possivelmente em um brechó qualquer. Também não tenho idéia porque lembrei disso. Era uma das minhas roupas prediletas, se não a mais. Lembrar onde ela foi parar, eu não consigo, isso foi na 3° ou 4° serie. Creio que na terceira, pois não tenho boas recordações da quarta. Eu deveria ter estudado na 4°A, período da tarde, mas pouco antes do inicio das aulas o professor tirou licença médica. O que poderia ser banal pra qualquer um, não foi pra mim, a pessoa que ficaria no lugar dele, era a minha mãe. Uma mãe professora já é algo difícil, na mesma escola que você, ainda mais, como sua professora então, sem chance. Ela só foi minha professora por um único dia, e não foi na terceira série. No entanto, mesmo que por um dia, acabei socando um garoto na sala de aula. Na verdade, eu comecei dando joelhadas, depois socos, com ele encostado na lousa. Por causa do meu tamanho, e do karatê, eu conseguia facilmente dar joelhadas na cabeça de alguém. Voltando, por causa dessa licença acabei preferindo (junto com a minha mãe), estudar pela manhã, na minha tão querida 4°C. A sala era repleta de repetentes, não apenas de um, dois anos, havia caras com 18 anos naquela lugar. Eu tinha dez. E a jaqueta ?

sábado, outubro 27, 2007


“Devo me tornar tão bom cavalheiro quanto meu pai foi.”


sexta-feira, outubro 26, 2007

Ela não conseguia se concentrar. Tudo era muito importante, tudo a fazia sentir viva. Mas naquela semana nada tinha dado certo. A experiência pela qual passava a marcaria para o resto da vida, seja de modo positivo ou negativo. Os outros falavam, ela fingia ouvir. Ouvia. Um pouco, somente. Lento. Tudo lhe parecia distante. As notícias se misturavam a pensamentos confusos. Deixava-se tomar pela agitação geral, mas não se sentia parte daquilo. Não se sentia parte de nada. Aquilo em que acreditou durante um certo tempo fazer parte, aos poucos se sentia como que excluída.

quinta-feira, outubro 25, 2007

“- Está muito !

- Para os teus padrões ou para os padrões normais ?”

E ele dizia que somente ele era comparado.

quarta-feira, outubro 24, 2007

Ele lhe disse que ela era tudo o que ele queria numa garota. Ela nunca lhe disse, mas ele é tudo o que ela nunca procurou em um garoto. Não procurou por não acreditar existir. Ao encontrar, ela duvidou. Não acreditava que existia. Ela riu do que se mostrava. Porém, depois de muito relutar, ela aceitou. E, então, ele quis partir.

terça-feira, outubro 23, 2007

Ela não sabia o que fazer, muito menos o que pensar, somente olhava os trens que passavam por ela. Sentada na estação sentia como se tudo tivesse ruído e nada do que fizera foi levado em consideração. Tentava entender como isso teria acontecido, o por quê. Não conseguia. Ali, sozinha, imaginava situações. Tentou se arrepender, mas não conseguiu, falou apenas a verdade. Desprezo. Durante anos ela tentara exatamente isso, o desprezo, o descarte. Fora bem sucedida. Agora ela não queria mais ser assim. Ela buscou o reconhecimento e por um tempo conseguira, mas o passado quis ser cruel. Foi punida por coisas que já passaram. Disseram que nem tanto mudou assim, mas será? Como se manter com a tal resposta? Esperar. Ela esperava o trem. Ela esperaria também. Até o ponto final. Ela se sentia injustiçada, pois mesmo depois de tudo, nela nada havia mudado. Antes ou agora. Ou no futuro, quem sabe. Dependendo, tudo se mostrava ainda mais forte e ela se assustava. Não se reconhecia na violência. Queria realmente entender. O caminho, seguido automaticamente. A noite em claro. O trem. O tempo. O mundo. Dizem que ele dá voltas, será? Geralmente dizem isso para incentivar alguém, se for assim, ele dá voltas, para ele só a deixava enjoada e a fazia cair. Não queria mais se importar. Seguir sozinha sem ligar. Não conseguia. O trem parado. O túnel. Calor. A busca desesperada por ar. A sensação de prisão. Asfixiante. Descer. Respirar. Tentar ao menos. A resposta ingrata ecoando na mente não tão lucida. Não sabia mais se o mal estar era de dor, de medo, de surto. Qual a diferença? Seguir o caminho automático, lavar o rosto, as mãos, os pulsos. Quem és? Sorrir. Fazer. Mentir. Tudo um mero jogo de cena. Esperar. Esperar que o trem venha. Esperar que a dor passe. Esperar que tudo acabe. Que não tenha muita importância. Esperar que se supere. Que seja afável. Esperar que se tenha palavras. Esperar. De que vale?

segunda-feira, outubro 22, 2007

Ria. Bom noite senhora, como tem passado? Continuo a descer. Oi. Deixo de lado, não tem mais importância. Ri. Não vai me responder? Que pessoa mais indelicada você é. Prefiro sentar, parece ler. Lento. Tudo bem, fiz o que pude, tenha uma boa noite. Tanto faz, como tanto fez, fará. Passo essa. Como? Uma e quinze, cedo ainda. Entre sua escolha, pela mesma, desce. Onde? Permissividade gloriosa e intransigente. Ria. Duas e meia, porque? Por nada.

domingo, outubro 21, 2007

Meu amigo Ed é um cara meio hermético as vezes.

sábado, outubro 20, 2007

Não bastasse ser o responsável pelo cartaz de divulgação da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo deste ano (31° edição), o cineasta Hector Babenco teve seu mais novo filme “El Pasado” abrindo a mostra. Irrelevante? Nem tanto.

O longa teve um orçamento em torno de 11 milhões de reais, desses onze, 5,5 milhões foram captados por meio de recursos privados e públicos via renuncia fiscal em território nacional, através de contribuintes brasileiros, legalmente aprovado pela Ancine, a Agência Nacional do Cinema.

Nada disso soaria estranho a não ser por alguns fatos básicos: O filme foi rodado na Argentina, com exceção de menos de 3 minutos presentes no filme feitos em Sp; O elenco consiste em uma maioria esmagadora de argentinos, de brasileiros, temos Paulo Autran em sua ultima aparição no cinema; O filme foi baseado na obra, de mesmo nome, do argentino Alan Pauls; É falado em espanhol, e conta a estória de um casal portenho; Por último, temos o próprio Sr. Babenco, um argentino naturalizado brasileiro. Um longa argentino então? Não pra Ancine.

Segundo Luis Fernando Noel, superintendente de fomento da Ancine, o que importa para uma produção ter liberdade de captação de recursos em território brasileiro é apenas um, a produtora por trás do filme tem que ser nacional. Com isso o céu é o limite, desde que a produtora seja brasileira. Legal, não?

sexta-feira, outubro 19, 2007

quinta-feira, outubro 18, 2007


Quando criança Aline sonhava. Ao crescer Aline deseja voltar aos seus longínquos sonhos devidamente escondidos, possivelmente encontrar alguns de que nem mais se lembra, criar tantos outros e não pisar mais em falso. Aline não deseja mais andar, assim como jamais quis. Certa vez ao quebrar a unha de seu dedo da mão, começou a puxar aquela lasca que havia se formado, rasgando pouco a pouco até chegar à carne. Aline observava atentamente cada milímetro, viu o sangue começar a escorrer, permanecia muda e deitada. Aline sentiu-se viva.


terça-feira, outubro 16, 2007


- Que PORRA é essa ?
- Exatamente !

(Contexto e pormenores estão fora de publicação)


segunda-feira, outubro 15, 2007

sábado, outubro 13, 2007

E ainda assim ninguém tem nada a dizer...

quarta-feira, outubro 10, 2007


SANTIAGO

de João Moreira Salles

Até onde a obsessão pela orquestração das ações (comuns ou nem tanto), podem chegar, construir uma imagem, e destruir uma alma. Memória torna-se fantasma, atravessa os anos, som oco e culpa. Redimir-se na sala de montagem..


segunda-feira, outubro 08, 2007

É ridículo somente entender a real importância das coisas quanto se está perto de perdê-las.

Ver a loucura dos sentimentos passando em segundos.

E sentir que, verdadeiramente, você não suportaria tal situação, mesmo sabendo que ela é inevitável, hoje ou no futuro...

sexta-feira, outubro 05, 2007

quarta-feira, outubro 03, 2007

Se me perguntassem qual seria o meu dom, responderia sem titubear: Perder. Perco tudo, perco qualquer coisa. De vontade, auto estima, carteirinha da faculdade, passando por cd’s (somente o cd, a capa sempre permanece), carteira, canetas, cadernos, etc. O mais importante/interessante é que sempre perco as coisas na minha própria casa, o que pelo menos não me causa prejuízos. O mais engraçado é que na maioria das vezes o local do desaparecimento (e futuro encontro) é meu próprio quarto. Não que ele seja muito grande, nem mesmo espaço, mas tem muita coisa por aqui, de maneira organizada, acredite. Semana passada encontrei o controle remoto da Tv, desaparecido por uns 4, 5 meses. Porém, hoje ele sumiu novamente. Eu que tive que me habituar a existência sem um controle de Tv, voltei rapidamente aos prazeres da comodidade sedentária e pós moderna, bom enquanto durou. Como disse, dom.

quarta-feira, setembro 26, 2007

Tenho um hábito que pode parecer saudável, e que de certa forma acaba sendo, mas não passa de um método para evitar possíveis contatos desnecessários. Sempre opto pelas escadas, raramente pelos elevadores, as exceções são obvias e não preciso exemplifica-las aqui. A maneira como agem por dois lances de escada me impressiona, mas antes assim do que me acompanhar. Ontem quando subia as escadas da faculdade, minha sala fica no terceiro andar, encontrei algo que poderia definir como peculiar. Era como um pedaço de papel marrom, dobrado em V invertido, parei, fiquei olhando, toquei com o pé, notei que possuía consistência e o desvirei. O que antes era peculiar se tornou estranho, não era um simples pedaço de papel, era uma mariposa, gigante e estática. Sentei um degrau acima e fiquei observando por alguns minutos. Fiquei pensando qual poderia ser a simbologia por trás daquilo, e nem foi por uma questão de superstição, sou superficial e só sei criar a imagem vazia, por isso tenho a tendência de preencher o vazio com a simbologia dos objetos. Contradição ou não, após breve pesquisa e nenhuma surpresa, descubro sua simbologia: transformação total e liberdade. Irônico encontrar algo do tipo em um ambiente como aquele que pouco, ou nada, me agrada. E tão pouco pode me libertar, superficialmente falando, é claro. Deixei a mariposa mais próxima da parede, por não saber o que poderia fazer com ela, desisti de subir e retornei.

terça-feira, setembro 25, 2007

Depois de todo o “auê” em cima do filme Tropa de Elite, ou BOPE como anda sendo anunciado pelas calçadas, fica claro pra qualquer pessoa duas coisas: a primeira é que 97.8% (olha como sou bondoso) dos jornalistas/mídia não passa de um conglomerado de hipócritas, afinal, todos viram o filme no conforto de suas casas, mas ninguém assume. A segunda é que apesar dos pesares, da dor de autor (?) do queridão pouco oportunista José Padilha, que não seria bulhufas alguma se não contasse com Tulé Peak - diretor de arte, Braulio Mantovani - roteirista e Daniel Rezende - montador (incrivelmente os mesmos por trás de Cidade de Deus..), o filme se deu mais que bem. Tornou-se forte concorrente a vaga nacional pro Oscar, virou manchete em tudo quanto é meio, e simplesmente abriu o Festival do Rio, com direito a discurso anti-pirataria audiovisual e toda a platéia (formada por jornalistas e seres da chamada área..) de braços dormentes ao ouvir o Sr Padilha exclamar “Levante a mão quem aqui viu o filme”. Excluindo toda essa parte “exterior”, o filme vale uma mídia de 1 real sem compromisso, mesmo com todo aquele moralismo onde acaba por se excluir. A câmera no ombro o tempo inteiro não faz a minha linha, mas cabe muito bem ao filme, injetado ritmo a todo minuto. Espero que pelo menos o corte final conte com uma parte sonora mais elaborada, e não tão medíocre como a que vazou, tocar Tihuana como faixa titulo soa escroto. Porém, entretanto, toda rota, um filme que teve seu arsenal ficcional roubado de verdade, patrocínio argentino, tentativas de veto por parte da policia, e versão não finalizada pirateada e consequentemente investigada pela própria policia, pode- se dizer que metalinguagem cinematográfica é pouco. Saindo da ficção há mais uma pequena nota, por coincidência ou não, nessa semana o BOPE recebeu a módica quantia de oito milhões de reais para futuros investimentos, como armas com sensor de calor e novos caveirões. Arte.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Carta à População

Nós estudantes da F$A em defesa da universidade de qualidade, contra os aumentos abusivos das mensalidades nos reunimos, em mais de 700 alunos e decidimos tomar uma atitude. Ocupamos a reitoria da F$A!!!E o tirano REItor Odair Bermelho autorizou a tropa de choque bater nos estudantes com tudo (bombas de gás, tiros de borracha, cacetes, ameaças e prisões). E o resultado deste terror: estudantes foram parar no hospital. Nenhum dos cães da reitoria foi responsabilizado por essa atrocidade, algo semelhante à ditadura ocorreu na F$A!!

Em meio a este acontecimento decidimos em Assembléia entrar em greve, que começou entre os alunos e depois entre os professores, que também aderiram. A nossa luta é voltada contra a reitoria corrupta que administra essa faculdade, agora queremos a saída do Odair Bermelho, este corrupto, e de seus comparsas!! O prefeito Avamileno (PT) diz não poder fazer nada e manteremos nossa luta, pois se o prefeito afirma não ter poder pra nada, nós estudantes, professores e funcionários unidos aos trabalhadores de toda a região, vamos lutar contra as atrocidades desses ladrões e responsáveis pela maior violência que essa faculdade já viu!

Queremos saber pra onde vai todo o dinheiro das mensalidades, por que o REItor tem dinheiro para viagens, com dois seguranças e funcionários irregulares, mas não têm dinheiro para mais livros, para mais professores, para laboratórios melhores e os trabalhadores da região, assim como você mesmo, fica cada vez mais longe de poder estudar numa faculdade, pois não têm condições de pagar as mensalidades absurdas, ou seja, ou pagamos o aluguel e necessidades ou estudamos!!!

Trabalhadores da região, amigos, moradores, familiares, estudantes das outras faculdades e escolas, venham conosco nessa luta, venham para a FSA, tragam suas colaborações, informem os demais. Todos devem saber o que aconteceu e que estamos em luta por educação de qualidade!!!

Queremos redução de mensalidades!!! Fora à reitoria!!! Qualidade de ensino!!! Punição aos diretores da F$A que autorizaram a tropa de choque e cada um dos violentos e sádicos policiais dessa ação!!!

Atenciosamente,

Estudantes em greve F$A !!!!

terça-feira, setembro 18, 2007

domingo, setembro 16, 2007



Bom Dia..
(Mesmo que de maneira não desejada)

quinta-feira, setembro 13, 2007

sexta-feira, setembro 07, 2007

A mão, sem o corpo por favor. Obrigado. Algo simples, não? Bem, depende de quem, ou pra onde foi. De qualquer forma, nada disso tem relevância. Passou. Outra mão por favor. Obrigado. O que basta é um mero Oi, não cogite qualquer coisa além disso, apenas um Oi, não prolongue o que não deve ser prolongado. Simples, repita, simples e indolor. O que mais você tem ai? Não, obrigado. O que seria aquele ali de baixo? Também não, obrigado. Viu, é disso que eu sempre falo, isso me atormenta da mesma maneira que me fascina, uma curiosidade mórbida. Não tem segredo, é ir e executar. Bom, tenho que ir. Até.

quarta-feira, setembro 05, 2007


- È bom te ver sem os cavalos
- Não acha isso estranho?
- É o milagre de estarmos vivos..


sexta-feira, agosto 31, 2007

segunda-feira, agosto 27, 2007


No último banco ela se senta, aquele bem no meio, onde pode-se ver todo o ônibus. É dia, a viagem é longa. No seu lado direito dois garotos conversam animadamente. O tempo passa. No banco à frente um homem se levanta, o ônibus não está lotado. Ela levanta-se e senta no lugar do tal homem. Os garotos começam a criticá-la: "viu, ela não queria sentar ao teu lado...má educada...você deve estar fedido...não estou, não...essas pessoas que acham que são melhores que os outros...etc..." Ela tenta não ouvir, não consegue. O tempo passa. Um deles repara que está calor, que o sol bate forte nos bancos do lado esquerdo. "Olha, está sol onde ela estava sentada...onde ela está agora não está mais...será por isso que ela saiu do teu lado?...deve ser...eu sairia também...".Ela sorri e tenta dormir um pouco...



Moral da história: Até mesmo as atitudes podem enganar vez ou outra.

quarta-feira, agosto 22, 2007

Acordei no que se foi. Tive vontade de desenterrar alguns discos. Lembrei de como era legal e trabalhoso fazer uma coletânea própria em k7. Horas e mais horas copiando musicas de vinil, e de outros k7 (ao menos o duplo deck era "acessível" naqueles anos). Toda uma técnica, a árdua escolha das faixas, o clima desejado, uma por uma. Retrofilia, em outras palavras, velho e dizendo “No meu tempo”. Lembrei das capas feitas a mão, do meu walkman que não era da Sony e de todos aqueles discos perdidos (e roubados) pelo tempo, que nunca desisti de recuperar nem que seja apenas pelo afeto adquirido. Lembrei da garota vestida de anjo no comercial de All Star, cenário inteiro em branco, visto em vinte e quatro polegadas sem controle remoto ou cores além do preto e do branco, também lembrei da chuva desse dia, porém as cabeças vespertinas permanecem cortadas.

terça-feira, agosto 21, 2007

Havia um ônibus, o ambiente era escolar, falso vômito, dezenas de pessoas, velocidade, abraços mudos e um cheiro peculiar, porém ainda não reconhecido. Não sabia o destino, nem a origem. Ruas vazias, paralelepípedos, dormir. Depois, um ponto de ônibus lotado, pessoas desoladas, muitas das que estavam no ônibus anterior, outras não. Conhecidas estranhamente desconhecidas, longo elo jamais concretizado prestes a desabar. Raras são as vezes que lembro de um sonho, ou pelo menos trechos de um. Quando não lembro, a lacuna, e se lembro, a duvida. Muito deve ter se perdido, assim como a ordem delas.

quarta-feira, agosto 15, 2007


Saldo da noite:


  • Situação chata e desconfortável com quem isso não deveria acontecer;
  • Aqueles mesmos de sempre;
  • "Era para ficar assim?";
  • Um boteco qualquer;
  • Cerveja e algo forte para "ela" tomar;
  • Violeta genciana;
  • Banheiro de bar limpo e, incrível, com papel e detergente;
  • Bolo de ovo;
  • Fonte d’água gradativamente laranja neon, vermelhão, bordo e roxo;
  • Fonte d’água cor de urina;
  • Guarda;
  • Um pé de uma bota;
  • Saideira;


E,



  • PUTS.

terça-feira, agosto 14, 2007

.
.
E ainda que se mova o trem, tu não te moves de ti.
.
.

segunda-feira, agosto 13, 2007


Paradoxo

O supositório é uma piada interna mundial.


quinta-feira, agosto 09, 2007

Como pode um homem se excitar com a dor e humilhação do outro?

Nem o mais baixo dos seres faz essa atrocidade.

Racional, lógico, inteligente?

Desde quando?

domingo, agosto 05, 2007

quinta-feira, agosto 02, 2007

Não é todo mundo que pode passar a manhã pesquisando preço de cine pornô!

segunda-feira, julho 30, 2007


Fim de julho, recomeço das aulas. Em outras palavras, abaixar a cabeça e afundar, no meu mundo, como um bom autista.


quinta-feira, julho 26, 2007



Acabei de assistir novamente um filme que é importante para mim. Desde que o assisti pela primeira vez gostei. No fundo ele não tem nada de mais, não é nada revolucionário, nem possui uma grande fotografia. Ele é formado por diálogos, muitos, sobre tudo. E isso que me encantou, por ser formado por conversas sem sentidos, idéias, sugestões, piadas infames, ele tem uma veracidade complicada.
Fui entender ainda mais esse filme mais ou menos um ano atrás. Um simples acaso que junta duas vidas. Duas pessoas que absolutamente não se conhecem, não são do mesmo mundo, não conhecem as mesmas pessoas e que ainda assim são extremamente parecidas.
Uns podem dizer que acaso e destino não existem. Depende. Jogar a culpa de tudo no destino, no azar, é pura burrice. Se você não estudar, não passa num concurso. Se você não for um bom empregado, não mantêm o emprego. Na maioria das vezes o mundo é feito de ação e reação, causa e conseqüência. Mas ignorar o destino e o instinto pode ser algo leviano.
Brigar para ir em um lugar, seguir uma pessoa com o olhar numa rua neutra, encontrar essa pessoa depois de algumas horas no lugar para onde você estava se dirigindo desde o começo, vê-la ainda no lugar após quase todos já terem ido embora, puxar assunto sem querer, fazer um convite e a pessoa aceitar, descobrir semelhanças, a pessoa te contar que também te seguiu na rua neutra, que estava na outra calçada quando te viu, parou de ver o tal espetáculo a que assistia para ir atrás de você, contar que estava nesse lugar por não ter mais nada para fazer.
Nada é favorável para você encontrar essa pessoa. Vocês moram longe, não freqüentam os mesmos lugares , a probabilidade é mínima, mas acontece.
A ironia é tão grande que vocês brincam que um criou o outro que é tudo imaginação. Ou que a pessoa é seu amigo (!) imaginário, feito para testar suas máquinas de tortura físicas e psicológicas.
Pensando nessa história toda, não consigo deixar de imaginar se não era isso que tinha que acontecer. Que exatamente essa pessoa apareceu no momento certo e falou (ou deixou de falar) as coisas certas. Que se essa mesma pessoa aparecesse um pouco mais cedo, não receberia o mesmo valor e se surgisse um pouco mais tarde, talvez fosse tarde demais.
Lembrando das pessoas que passaram pela vida, às vezes se tem a impressão que elas apareceram na hora errada. Algumas, você preferiria que nunca tivessem surgido ou que viessem mais tarde. Outras você gostaria de guardar numa caixinha e deixar no fundo da gaveta, esperando o momento certo de tirá-la e ouvir as coisas que lhe disseram muito cedo.
No fundo, talvez o destino seja apenas uma artimanha dos nossos desejos, talvez tenhamos o poder de, imperceptivelmente, fazer com que aconteça o que queremos e, contando um pouco com a sorte, realizar nossos anseios.


(Fato: Também já foi feita uma troca, escolhe-se uma palavra, ganha-se um poema...)

quarta-feira, julho 25, 2007

Há coisas que eu jamais poderia dizer (ou que pelo menos não deveria), por motivos óbvios ou nem tanto assim...

“Igual ao Rock N’ Roll, os tiroteios foram inventados pelos negros e usurpados pelos brancos.”
Todo Mundo Odeia o Chris

Sitcom criada e narrada pelo Chris Rock. Humor negro, literalmente, da melhor qualidade. Se eu falasse tal frase, poderia ser preso por racismo e espancado em via pública.


Ontem eu acordei chupando um limão
Ontem eu acordei chupando um limão
Ontem eu acordei chupando um limão
Radiohead – Everthing in its Right Place

Thom York divagando em uma das suas composições Radioheadianas. Caso a autoria fosse minha, duvido que alguém apreciaria.


segunda-feira, julho 23, 2007


Alguns filmes tem o dom de nos fazer sentir desconfortáveis. Uma simples impressão de que você conhece ou gostaria de conhecer o que está diante de seus olhos. Uma inveja boba, uma pergunta que paira: "será que isso existe realmente?". Mas o quê existe realmente, o que você quer saber se é verdade?
Um olhar falso na tela do cinema que você gostaria que fosse com você e que fosse real, risadas que ecoam numa sala vazia, a docilidade e a aspereza em um mesmo instante no êxtase (S.M. 1 - estado de quem se encontra como que transportado para fora de si e do mundo sensível, por efeito de exaltação mística ou de sentimentos muito intensos de alegria, prazer, admiração, temor reverente), gentilezas mínimas, dores silenciosas, arroubos de loucura, simples sutilezas.
Não entendo o que me leva a querer isso, não sei se acho que uma relação assim possa existir. Acredito e não acredito. Acredito porque as vezes ela não me parece tão distante. Não acredito por não ser muito capaz de acreditar em "finais felizes" , mesmo quando ele não é feliz nem é um final e por mesmo quando ele está ao lado, está sempre por um triz.

sábado, julho 21, 2007


"Quando sair de casa terei que comprar café só por tua causa."

sexta-feira, julho 20, 2007


O sexo é algo banal(izado). Ontem ao ligar a Tv, antes mesmo da imagem surgir na tela, já podia ouvir o grande Galvão Bueno gritar “Enfia o Braço”, "Enfia o braço nelas", “Agora sim é a hora de enfiar o braço” e coisas semelhantes. Pois é, Fist Fucking sendo incitado/divulgado até mesmo nas tardes da Tv aberta...


Nota (muito importante, do contrario não seria nota):
O “FF” de Fist Fucking sempre me faz lembrar do “FF” de Foo Fighters. O Sr (Dave) Grohl diz que o seu “FF” vem de um termo que os aviadores, durante a segunda guerra, utilizavam para designar “fenômenos aéreos misteriosos”. Particularmente, essa coisa de ovnis nunca me convenceu.

quinta-feira, julho 19, 2007

Acordar por volta das seis da manhã, definitivamente não é nada agradável. Se ao menos fosse um acordar programado, uma intimação para algo exterior como um trabalho (coisa comum ao seres), não haveria do que reclamar, não muito. Seria pelo menos algo remunerado (!). Porém despertar as seis, no mais puro ócio corrosivo e tão pouco criativo (ultimamente), é uma tortura. O dia passa a render muito mais, você passa a ver noticiários, analisar o método de persuasão dos programas considerados femininos e também daqueles chamados “infantis” para crianças. Isso até que pode ser útil para um radialista em formação, mas como não acredito na classe comunicativa de comunicação nacional, de nada me adianta. Tudo acaba mesmo em desencontros completamente desnecessários e não desejados. Você quer falar com alguém, não pode, é muito cedo. Alguém quer falar com você, não consegue, esta dormindo. E assim por diante. Por atos não concluídos, maior o anseio, maior a necessidade pelo próximo tão pouco imediato. E ainda assim quando digo que a insônia me faz bem, não acreditam.

terça-feira, julho 17, 2007


Revista
Época, Edição n°477


O povo tá levando essa coisa de Panamericano muito a sério.
Quanto mais por "dentro", melhor...

sábado, julho 14, 2007


Nessa semana uma das minhas esperas terminou. Pra bem ou mal, assisti “Cão Sem Dono”, quinto e mais recente longa do Beto Brant, realizado em co-direção com Renato Ciasca.

Esse é exatamente o tipo de filme que mais odeio, não por achar ruim, de baixa qualidade ou qualquer coisa do gênero, mas por gostar demais, pela proximidade atingida. Antes de ver “Cão Sem Dono”, tinha “Crime Delicado” como meu predileto dos filmes do Brant, agora essa opinião mudou, o que eu já esperava, sem desmerecer nenhum um pouco “Crime Delicado”, somente acreditava em um passo maior.

Após realizar “O Invasor”, publico e critica esperavam uma certa continuação no trabalho de Beto Brant, pra não dizer mais do mesmo, porém a peça seguinte foi justamente “Crime Delicado”, e com ele veio a ruptura, uma não moral da estória, um não começo/meio/fim, em uma não clara forma e tão pouco em néon vermelho para cegos. O que facilmente não agrada o (grande?) publico.Uns dizem que essa virada é um amadurecimento, outros que é uma tentativa de realizar um cinema jovem (!)...

Cão Sem Dono não é filme-favela nem mesmo telefilme/jornal. Nele há o subjetivo tão repudiado, a proximidade desconfortável, o vazio que preenche, e a semelhança que destrói. Não há reconciliação familiar, não há volta desejada (fica apenas na projetada), e até mesmo o cão deixa de ser (e não existir), absorvido pelo torpor diário.

sábado, julho 07, 2007

Tudo ainda lá, algumas novas, nada parece ser tão grande como antes, oito anos apenas. Não leva muito, você cai, lembra de promessas, socos e frases. Beijo morto. O frio permanece idêntico, assim como boa parte das cabeças. Sem diferença alguma, todos foram mortos, caminhando por aqui, ali também, onde esteja. Não há livro ou capuz, mas a forma de sentar ainda é a mesma, a parede se foi, mas a forma como senta ainda é a mesma. O grito é mudo e as faces sem corpo. Mudo.

terça-feira, julho 03, 2007

segunda-feira, julho 02, 2007

quarta-feira, junho 27, 2007

O Corvo



(...)



"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais.
Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida
Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais,E
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".





"Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!", eu disse. "Parte!
Torna á noite e à tempestade! Torna às trevas infernais!
Não deixes pena que ateste a mentira que disseste!
Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!
Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".




E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda
No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.
Seu olhar tem a medonha cor de um demônio que sonha,
E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,

Libertar-se-á... nunca mais!


(...)



Edgar Allan Poe
(Tradução e rima por Fernando Pessoa)





Imagens: "Vincent", 1982
dir.: Tim Burton.



sexta-feira, junho 22, 2007




Meses atrás vi este adesivo na luminária de um ônibus, foi quando tirei a foto. Na época eu não entendi. Ontem, quando voltava pra casa, vi outra vez, continuo sem entender. Poderia talves ser algum tipo de brincadeira, mas se fosse, creio que a empresa retiraria rapidamente, não sei. Quer dizer, sei, que não sei.


quarta-feira, junho 20, 2007

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É incrível como algumas coisas extremamente simples como um banho e ler deitada num colchão em uma tarde qualquer, possuem o poder de me deixar muito feliz e bem humorada.
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terça-feira, junho 19, 2007

E ela, ao menos uma vez, foi a princesa presa na torre pela Rainha Má.
Porém, infelizmente, ela não acredita mais no Príncipe Encantado!

domingo, junho 17, 2007

Andrew Bird - Armchair Apocripha (2007)







Nesse disco encontraram semelhanças com Jeff Buckley.
Que mais eu poderia dizer?


sexta-feira, junho 15, 2007


Poucos são aqueles que podem dizer que conhecem alguém, não simplesmente conhecer, mas por inteiro, como suas estruturas, fases, defeitos, etc. Uns até dizem, mas é a mais pura balela. Você pode passar dois anos com uma pessoa, e ainda assim ela pode acabar por não te conhecer, não por inteiro, mas conhecendo apenas uma parcela. Não que isso seja falsidade, é apenas uma questão de divisão, células, e o todo, não é nem um pouco simples de se ver, conhecer, e /ou destrinchar. Assim como você pode conhecer uma pessoa, e em quatro meses ela pode possuir poder suficiente para te derrubar com um sopro. São relações destrutivas, para ambos, não que seja uma regra inquebrável, mas o poder costuma ser mútuo. (Voltando brevemente para uma pequena exemplificação/contextualização..) Desde criança desmontava qualquer tipo de coisa, e logo em seguida a remontava, parecia que com esse processo a peça tomava um valor maior. Nem tudo é simples como um robô que anda e atira mísseis enquanto há uma tela-radar em sua barriga, porém, certos valores/teorias permanecem, mesmo depois de duas décadas de existência.

quinta-feira, junho 14, 2007

“Mire na Lua, caso você erre, acertará as estrelas”, esse é o tipo de coisa super fofa que pessoas muito otimistas adoram dizer. É como se a pessoa fosse o objeto a ser atirado, como se pra cada tentativa mal sucedida, surgisse uma outra oportunidade tão boa quanto a anterior. Superficialmente, isso tudo é muito lindinho, animador e principalmente confortável. Porém, basta pensar o mínimo possível nesta frase e perceber que isso não é nem um pouco interessante. As estrelas, pra quem não sabe (!), ficam no espaço, e no espaço apenas existe o vácuo, consequentemente, sem propagação de som. Ou seja, uma pessoa nas estrelas acabaria explodindo, sem nem mesmo poder ser ouvida. Otimismo não deveria ser sinônimo de cegueira, mas na maior parte da vezes, acaba sendo.

domingo, junho 10, 2007


"Tenha cuidado com a tristeza. É um vício."
Gustave Flaubert

(Breve momento otimista exemplificado por uma frase não minha)


sábado, junho 09, 2007

- Você é gay?
- Não...
- Bi?
- Também não...
- Como assim, você é Ht?
- Sim...
- Você tá falando sério?
- Ahan...
- Não pode ser..
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Isso é mais ou menos o que acontece quando me atrevo a ir na parada gay de São Paulo. Claro que isso não acontece apenas uma vez, nem duas, são várias. Os seres que me abordam mudam, os diálogos se alteram, mas a síntese permanece a mesma. Não que seja de total chatice, na maioria das vezes é divertido ver as reações alheias, principalmente das mulheres que duvidam mais do que os própios caras, esses, acabam mesmo na mais pura frustração. Segundo uma professora, possuo uma “androgenia diferente”, não tenho idéia do ela quis dizer com esse “diferente”, porém, o androgenia não vem de hoje, nem reclamo...


quarta-feira, junho 06, 2007



Andrew Bird & The Mysterious Production of Eggs (2005)


sábado, junho 02, 2007

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E nossa teoria foi confirmada:
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Nós somos meras putas, a diferença é que elas merecem o crédito por serem pioneiras.
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quarta-feira, maio 30, 2007


Mariana Aydar - Kavita 1 (2006)



Dona de uma voz doce que nunca sai do tom, ela chamou minha atenção em uma noite em que assistia à tv. Passava um clipe bacana, uma música com um leve tom malicioso, uma bela morena sabendo interpretar na voz e no corpo essa delicada malícia e sim, meias a lá Amanda Palmer, daquelas listradas que eu acho genial.


Tempos depois, fui procurar o disco e mais sobre essa garota que me encantou. O disco é ótimo, uma mistura do novo com o clássico, de Rodrigo Amarante com Leci Brandão (que aliás participa do disco na música 'Zé do Caroço', de sua autoria).


Aclamada como 'a nova voz da MPB' e sempre vindo em primeiro lugar de quem ela é filha, prefiro a alcunha de 'uma mulher que tem domínio da sua voz e de seu talento'.


(E só para matar a curiosidade, 'Kavita' é poeta em sânscrito)

domingo, maio 27, 2007


- Isso até parece ‘déjà vu’.
- Isso o quê?
- Ela.
- Ela quem?
- Ela quase me atropelando.
- Você a conhece?
- Sim.
- De onde?
- Daqui.
- Ela trabalha por aqui?
- Sim.
- Nas lojas?
- Sim.
- E ela já quase te atropelou antes?
- Sim.
- Qual o nome dela?
- (...)
- Vai, fala direito.
- Por que?
- Por que fiquei curiosa.
- (...)
- Vocês já tiveram algo?
- Pode-se dizer que sim.
- Quando?
- Antes.
- Antes do quê?
- Antes de tudo.
- Antes de mim?
- Não só de você.
- Tá, entendi.
- (...)
- Paixão fulminante?
- Por que diz isso?
- Pela sua expressão.
- Sim.
- Me fala.
- Não tem por quê.
- Tem sim.
- (...)
- Ela foi a primeira mulher com quem transou?
- Sim.
- Quantos anos?
- Ela tem?
- Não, você tinha.
- Foi antes.
- Você já disse.
- (...)
- O que você quer saber?
- Como se conheceram?
- Eu estava aqui um dia, carregava algo de vidro, não me lembro exatamente o quê, ela passou rápido com o carro, quase me atropelou, ao desviar deixei o objeto cair.
- E?
- Ela desceu, pediu desculpa, disse que estava com pressa, me deu um cartão para eu ligar para pagar o prejuízo com o objeto. Depois de um tempo eu liguei.
- (...)
- E o que mais?
- Mais nada. Passado pouco tempo eu ou ela, não sei ao certo, acabou que nos afastamos, nunca mais nos falamos.
- Por que?
- Por que o quê?
- O que aconteceu para nunca mais se falarem?
- (...)
- Você me contou só duas partes da história, das suas trilogias.
- O que mais você quer que eu fale?
- O meio da história, o que aconteceu, como aconteceu, como ela era, o que te fez ficar com ela e não com outra. Você tem dessas coisas.
- (...)
- Ela ainda mexe contigo!

sábado, maio 26, 2007

Ando pensando em escrever algo.
Assim que essa etapa (do pensar) se esgotar, escrevo.
Prometo.

sexta-feira, maio 25, 2007


Gosto de passar despercebida. Nunca fui a mais popular, a mais bonita, a mais simpática, a mais procurada, mas também nunca fui a mais feia, a mais grossa, a mais esquecida. Era aquela que passava como qualquer outra pessoa que não chamava a atenção.
E sempre preferi assim.
Porém parece que as coisas, contra a minha vontade, estão mudando. Pessoas me observam no ônibus, pelos corredores, alguns interpretam mal minhas atitudes, isso só o que eu fiquei sabendo. Continuo a pessoa medíocre (eu poderia usar ‘mediana’ aqui, mas o sentido seria o mesmo, apenas amenizaria a forma de expressão, o que não me interessa no momento) de antes, não sei o que mudou, mas as pessoas usam meu nome em vão, sabem quem eu sou, o que faço, falam das minhas roupas e isso está me deixando completamente maluca.
Esses dias andei pela faculdade olhando para os lados, como se eu estivesse sendo vigiada, tentando ver quem estava me observando, quem eram e o que queriam e claro que não obtive nenhuma resposta.
Eu não reparo em ninguém, não costumo saber o que fazem, como e o por quê.
Quero de volta a reciprocidade.

quarta-feira, maio 23, 2007

Estava aqui me perguntando como foi que conheci o Au Revoir Simone e descobri: resenha em site indie (infelizmente também tenho meus deslizes).
Eu gosto de nomes, algumas das bandas que mais gosto conheci por ver o nome e simpatizar com ele e essa é mais uma delas, por sorte, geralmente essa tática da certo.
A banda é formada por três garotinhas, suas doces vozes e seus respectivos sintetizadores. São elas, Heather D’Angelo, Erica Foster e Annie Hart.
O nome, que chamou minha atenção, faz referência a um personagem secundário do filme "Pee Wee’s Big Adventure" (As Grandes Aventuras de Pee-wee), dirigido por Tim Burton.
Esse disco, 'The Bird Of Music', é o segundo delas (o primeiro está logo abaixo), um tanto mais elegante e menos animadinho que o primeiro, mas que continua simples e sem exageros.
À aqueles que tiverem interesse, divirtam-se....






'The Bird of Music'





Link




segunda-feira, maio 21, 2007


Belo conto de fadas:

Uma meiga garota encontra o homem da sua vida que é lindo, charmoso, meigo e, principalmente, apaixonado. Ele a pede em casamento, ela aceita. Os planos são seguidos, compra de apartamento, vestido, convites. Até que ela encontra um outro homem. Ele é mais velho, nada gentil, um tanto quanto bruto. Eles se beijam e começa então um intenso caso extraconjugal de ambas as partes.

(Ainda não é o fim da história, por enquanto)

Quando me contaram isso confesso que fiquei chocada. Não pelo fato de ficar com um homem e ficar com outro, nada disso, mas pela naturalidade com que me foi falado. Não critico casos extraconjugais, cada um faça como bem entender, porém a facilidade com que me diz estar enganando uma pessoa que a ama, o jeito com que diz sair com um e ainda amar o outro me causa grande estranhamento.

Não consigo entender como isso acontece. Se você gosta de determinada pessoa, está com ela, o que faz com que sinta atração sexual, tesão ou como queria chamar por outro alguém? Se está com uma pessoa e faz isso é por quê só uma parte sua está com ela, se tem um relacionamento e ainda assim se interessa por outra pessoa é porque você não está inteiramente nesse relacionamento?

Isso não é deslealdade? Se quer ficar com dúzias de pessoas ao mesmo tempo, pois que fique, aproveite, se divirta, mas que todos cada um saiba como são as coisas, saiba que não é o único, que não haja mentiras nem enganações.

O que me impressiona são as promessas de algo que se sabe não ser capaz de dar. Se você não quer nenhuma relação mais séria, que aquele com quem você transa saiba disso, para que caso alguma das duas partes mude de idéia não poder falar que foi enganado. Talvez isso seja apenas uma artimanha para não ter dor de cabeça depois, mas é uma artimanha sincera, sem grandes ilusões. Mas se você se diz capaz de ser leal, se diz ser de confiança, tente ao máximo cumprir com sua palavra, tente ser honesto e ao encontrar outro ser que o encante, que o interesse, também tente ser sincero e leal e que se afaste da atual pessoa antes de ter que mentir.