sábado, janeiro 05, 2008

Assim como quem não quer demonstrar interesse algum, pergunta o que ele anda fazendo da vida. De modo seco e tão banal quanto à pergunta responde que não seria nada do que ela não faria, justamente o que mais poderia temer. Não marcaram nada, troca de sentenças apenas, nada de muito inspirador ou que valesse como apaziguador de ânimos, pelo contrario. Prosseguiram por cerca de sete longos minutos, o que antes poderia ser um telefonema de um mero oi, agora parecia um confinamento em uma sala branca de alto teto. Não que agissem como estranhos, não mesmo, a impressão era oposta, um campo minado transparente e lúcido. Não havia como evitar, mesmo com sua maquina de vida por desenhos ortográficos tão próxima de si. Sem grandes progressos, somente surpresas nem tão agradáveis para um dos lados da linha, os sete dilatados minutos chegavam ao fim com uma desculpa qualquer da antes ansiosa e agora nada otimista pessoa. Também surpreso pelo que tinha acabado de acontecer, jamais poderia ter imaginado tal rumo em suas folhas amarelas, e agora sem sono, opta por passar a manhã observando o ser vivo mais próximo que consegue enxergar sem precisar se levantar, seu peixe Único.

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