Existe uma tendência humana de apenas se considerar alguém, quando se está com alguém. Não falo simplesmente em termos de relacionamento sexual, homem versus mulher, ou quaisquer outras combinações. O ser por si só não existe, ele precisa de algum tipo de afirmação. Ele pode se considerar auto-suficiente, independente, livre de outras pessoas, ou vínculos. No entanto, não passa de mais um ser em busca da afirmação de ser. Isso soa como auto ajuda, ou mesmo auto depreciativo, mas vou me utilizar de uma frase feita - tão comum nesse tipo de texto - como exemplificação para tudo o que disse, ou que tentei dizer:
“A solidão é uma coisa boa,
mas precisamos de alguém para nos dizer isso.”
Honoré de Balzac
Tudo não passa de uma questão de representação. Representemos pela existência. Somente assim podemos nos permitir a tristeza como amiga antes de dormimos sozinhos. Mais uma frase:
“A solidão gera inúmeros companheiros em nós mesmos.”
Carlos Drummond de Andrade
Tal busca, desesperada ou nem tanto, não me deprime. Frustrante é a representação pela representação, o fingir como ideal ou muralha. Ou ainda, o sepultamente do ser como único, em troca do nascimento de um duplo.
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