domingo, maio 27, 2007


- Isso até parece ‘déjà vu’.
- Isso o quê?
- Ela.
- Ela quem?
- Ela quase me atropelando.
- Você a conhece?
- Sim.
- De onde?
- Daqui.
- Ela trabalha por aqui?
- Sim.
- Nas lojas?
- Sim.
- E ela já quase te atropelou antes?
- Sim.
- Qual o nome dela?
- (...)
- Vai, fala direito.
- Por que?
- Por que fiquei curiosa.
- (...)
- Vocês já tiveram algo?
- Pode-se dizer que sim.
- Quando?
- Antes.
- Antes do quê?
- Antes de tudo.
- Antes de mim?
- Não só de você.
- Tá, entendi.
- (...)
- Paixão fulminante?
- Por que diz isso?
- Pela sua expressão.
- Sim.
- Me fala.
- Não tem por quê.
- Tem sim.
- (...)
- Ela foi a primeira mulher com quem transou?
- Sim.
- Quantos anos?
- Ela tem?
- Não, você tinha.
- Foi antes.
- Você já disse.
- (...)
- O que você quer saber?
- Como se conheceram?
- Eu estava aqui um dia, carregava algo de vidro, não me lembro exatamente o quê, ela passou rápido com o carro, quase me atropelou, ao desviar deixei o objeto cair.
- E?
- Ela desceu, pediu desculpa, disse que estava com pressa, me deu um cartão para eu ligar para pagar o prejuízo com o objeto. Depois de um tempo eu liguei.
- (...)
- E o que mais?
- Mais nada. Passado pouco tempo eu ou ela, não sei ao certo, acabou que nos afastamos, nunca mais nos falamos.
- Por que?
- Por que o quê?
- O que aconteceu para nunca mais se falarem?
- (...)
- Você me contou só duas partes da história, das suas trilogias.
- O que mais você quer que eu fale?
- O meio da história, o que aconteceu, como aconteceu, como ela era, o que te fez ficar com ela e não com outra. Você tem dessas coisas.
- (...)
- Ela ainda mexe contigo!

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