terça-feira, setembro 25, 2007

Depois de todo o “auê” em cima do filme Tropa de Elite, ou BOPE como anda sendo anunciado pelas calçadas, fica claro pra qualquer pessoa duas coisas: a primeira é que 97.8% (olha como sou bondoso) dos jornalistas/mídia não passa de um conglomerado de hipócritas, afinal, todos viram o filme no conforto de suas casas, mas ninguém assume. A segunda é que apesar dos pesares, da dor de autor (?) do queridão pouco oportunista José Padilha, que não seria bulhufas alguma se não contasse com Tulé Peak - diretor de arte, Braulio Mantovani - roteirista e Daniel Rezende - montador (incrivelmente os mesmos por trás de Cidade de Deus..), o filme se deu mais que bem. Tornou-se forte concorrente a vaga nacional pro Oscar, virou manchete em tudo quanto é meio, e simplesmente abriu o Festival do Rio, com direito a discurso anti-pirataria audiovisual e toda a platéia (formada por jornalistas e seres da chamada área..) de braços dormentes ao ouvir o Sr Padilha exclamar “Levante a mão quem aqui viu o filme”. Excluindo toda essa parte “exterior”, o filme vale uma mídia de 1 real sem compromisso, mesmo com todo aquele moralismo onde acaba por se excluir. A câmera no ombro o tempo inteiro não faz a minha linha, mas cabe muito bem ao filme, injetado ritmo a todo minuto. Espero que pelo menos o corte final conte com uma parte sonora mais elaborada, e não tão medíocre como a que vazou, tocar Tihuana como faixa titulo soa escroto. Porém, entretanto, toda rota, um filme que teve seu arsenal ficcional roubado de verdade, patrocínio argentino, tentativas de veto por parte da policia, e versão não finalizada pirateada e consequentemente investigada pela própria policia, pode- se dizer que metalinguagem cinematográfica é pouco. Saindo da ficção há mais uma pequena nota, por coincidência ou não, nessa semana o BOPE recebeu a módica quantia de oito milhões de reais para futuros investimentos, como armas com sensor de calor e novos caveirões. Arte.

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