quarta-feira, setembro 26, 2007

Tenho um hábito que pode parecer saudável, e que de certa forma acaba sendo, mas não passa de um método para evitar possíveis contatos desnecessários. Sempre opto pelas escadas, raramente pelos elevadores, as exceções são obvias e não preciso exemplifica-las aqui. A maneira como agem por dois lances de escada me impressiona, mas antes assim do que me acompanhar. Ontem quando subia as escadas da faculdade, minha sala fica no terceiro andar, encontrei algo que poderia definir como peculiar. Era como um pedaço de papel marrom, dobrado em V invertido, parei, fiquei olhando, toquei com o pé, notei que possuía consistência e o desvirei. O que antes era peculiar se tornou estranho, não era um simples pedaço de papel, era uma mariposa, gigante e estática. Sentei um degrau acima e fiquei observando por alguns minutos. Fiquei pensando qual poderia ser a simbologia por trás daquilo, e nem foi por uma questão de superstição, sou superficial e só sei criar a imagem vazia, por isso tenho a tendência de preencher o vazio com a simbologia dos objetos. Contradição ou não, após breve pesquisa e nenhuma surpresa, descubro sua simbologia: transformação total e liberdade. Irônico encontrar algo do tipo em um ambiente como aquele que pouco, ou nada, me agrada. E tão pouco pode me libertar, superficialmente falando, é claro. Deixei a mariposa mais próxima da parede, por não saber o que poderia fazer com ela, desisti de subir e retornei.

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