segunda-feira, junho 26, 2006

Molokoart em Tapes
A garota que foi abandonada embaixo de um árvore e encontrada coberta de formigas;a mulher que sofreu uma tentativa de execução em um farol qualquer ( por um homem vestido de papai noel); a mãe que queima(va) seu filhos com colheres quentes...e assim prossegue.Milhares de exemplos como estes poderiam ilustrar a tal aura da violência na mídia,seja ela o veiculo que for.
Discutir o valor ético de um determinado orgão de mídia,viria a ser e é apenas mais uma discussão em vão.Na natureza humana existem poucas características realmente exclusivas que nos distinguem dos demais seres chamados de irracionais.Dentre elas há a violência e a arte.Ambas caracteristicas podem ser vistas como uma,algo como uma junção.
Nada mais humano do que humanizar um meio criado e destinado ao ser humano.Seja ela feita através de uma cena na qual um macaco descobre a\uma ferramenta,ou mesmo outra,onde cangaceiros executam uma velha.
A arte da violência permanece em conceitos tão distintos (porém próximos),como a estética e a cosmética da violência.Apenas porque o cotidiano é retratado diariamentena T.v em imagens no formato digital\beta,é tida como um absurdo inviável,anti ético,imoral e sujo,mas caso as mesmas imagens fossem registradas em película....XABLIN!,se obtem arte,pura e simples,incotestável,discutível apenas do ponto "valor autoral artístico".
Sejamos então verdadeiros animais humanos e nos expressemos como manda a ocasião,seja ela em digital ou não.

sábado, junho 24, 2006

Sempre gostei de água, desde criança.

"Se existe essa coisa de reencarnação , eu devo ter sido uma pata." (Plágio novamente, de outra pessoa, mas ainda um plágio).

Ficava horas no banho brincando. Até minhas mãos ficarem enrugadas. Olhava para elas e me imaginava quando ficasse realmente velha, quando tivesse realmente mãos cheias de veias e manchas.


Para ser sincera, nunca consegui imaginar isso direito, não conseguia ver minhas mãos assim.

Adorava brincar com o sabonete.

Esfregava bem as mãos nele, fechava e depois abria só um pouquinho, o suficiente para eu fazer um bolha de sabão, que estourava e ficava ardendo no meu nariz.

Quando conseguia fazer com que ela voasse era uma alegria só.

Tanto que até saia do chuveiro, só para conservar na minha memória tal extraordinário feito sem que nenhuma outra bolha falsa escondesse seu brilho.

Um dia, desses últimos, fiquei quase uma hora no chuveiro.

Olhei minhas mãos enrugadas.

E fiz uma bolha de sabão.

quinta-feira, junho 22, 2006

Adoro quando as coisas que eu quero caem nas minhas mãos sem eu fazer o mínimo de esforço.
Mas aí então, perde a graça.
Ainda mais quando não se quer tanto assim.
E quando eu fui muito mais sagaz.
Consegui antes de me darem....

segunda-feira, junho 19, 2006


Lá vai ela fugindo. As palavras sempre fogem. E vão para a Casa da Palavra, que é um casarão antigo, com muitos quartos, salas, banheiros. É até divertido por lá. Quase o paraíso. Como o dos isqueiros, guarda-chuvas e entregadores de pizza bonitos (só para constar, isso é um plágio).
Cada classe gramatical tem uma sala. A dos verbos é enorme, com várias estantes, escadas, superlotada de verbos que não se entendem e não se conjugam. Os artigos ficam na dispensa. Os substantivos ficam num quarto grande e confortável, se sentindo os reis do pedaço. Os acentos ficam vagando pela escada. Os adjetivos se acham os melhores, afinal, sem eles para que servem os substantivos? Nomes sem qualificações não são nada. Numerais são simpáticos e prestativos. Os pronomes são arrogantes. "Servimos para situar o substantivo no tempo e no espaço", e habitam a sala de estar. Os advérbios tentam diminuir(ou aumentar) a confusão verbal, por isso dormem no quarto ao lado da sala dos verbos, junto das locuções adverbiais.
Apesar de toda essa divisão na Casa da Palavra, algumas palavras são insubordináveis, passeiam com graça por todas as salas e quartos. Talvez por acharem que seus significados assim o permitem. Outras, pelo mesmo motivo, brincam de esconde-esconde, como sabedoria. A coitada está sempre se escondendo de tudo e todos. Dizem as más línguas que foi por a terem utilizado mal e causado o maior estrago no mundo. A paz tenta estar em todos os lugares, mas não tem um plano de negócios e é mal sucedida. O amor é malandro, sempre aparece na hora e lugar errado e quando você se acostuma, finalmente, com sua presença, vai embora sem se despedir. Há quem o chame de ingrato. A luxúria é uma ruiva metida à besta, que aparece para poucos felizardos e, que um dia, se casou com o amor, porém eles se divorciaram por incompatibilidade de gênios. Obsta é ambígua, pois apesar de parecer complexa é simples em seu significado. Cachorro-quente é o mascote da Casa. Ping-pong pula mais do que bola. Espadaúdo e gracejos são dois velhos que ficam sentados na varanda discutindo política enquanto jogam xadrez.
E assim, nessa confusão alegre, vivem todas as palavras que fogem quando você está no meio de uma frase. E você pode até tentar ir até a Casa da Palavra buscá-la, mas, dependendo de quem você é, pode se sentir tentado a ficar por lá, encantado com esse universo paralelo, cheio de significados ocultos e brincadeiras do português.

sexta-feira, junho 16, 2006

"INFUNDÍBULA CRONO-SINCLÁSTICA – Imagine que seu papai é o homem mais sábio que existe na terra, conhecedor de todas as verdades. Agora imagine outra criança em outro planeta, igualmente bonito, situado a milhões de anos-luz, cujo papai é tão sábio quanto o seu.Ambos são sábios e ambos são donos da verdade.
Não obstante, se os dois se encontrarem terão discussões terríveis, não havendo acordo possível.Você pode dizer que seu papai é quem está com a verdade, mas o Universo é imenso e há espaço suficiente para inúmeras pessoas estarem certas e donas da verdade. A razão pela qual ambos os papais podem estar certos e ainda sim discutirem é que existem diversas maneiras de se estar certo.Entretanto, há lugares no Universo em que cada papai pode captar a verdade dos outros papais; em tais lugares todas as espécies de verdades se unem como as peças do relógio solar de seu papai.Chamamos tais lugares de infundíbula crono-sinclástica. O sistema solar parece ter inúmeras infundíbulas. Temos certeza de que uma delas fica entre Terra e Marte porque um homem e seu cão lá estiveram.
Você pode imaginar como seria bom viajar para uma infundíbula crono-sinclástica e presenciar todas as diferentes maneiras de se estar certo, mas isso é muito perigoso.O pobre homem e o seu cão estão vagando não só através do espaço como também através do tempo.
Crono significa tempo. Sinclástica significa mover-se em curva para o mesmo lado em todas as direções, como a casca de uma laranja. Infundíbula é o que os antigos romanos como Júlio César e Nero chamavam um funil.Se você não sabe o que é um funil, peça à sua mamãe lhe mostrar um."

domingo, junho 11, 2006


Bom, estou entrando numa crise neurótica. Pelo menos eu acho que estou. Minhas variações de humor, já complexas, agora estão caóticas. De um minuto para o outro passo de alegre e saltitante para triste com cara de morte. Aí fico irritada por causa disso, por não me conformar com esses altos e baixos. Já até pensei em procurar novamente um psicólogo, mas e se ele me curar? Ou se eu deixá-lo maluco, será que ele me processaria por perdas e danos? Não gosto de ouvido de aluguel. A idéia de pagar alguém para escutar minhas queixas me revolta.
Por um lado seria ótimo, teria alguém para discutir comigo. Mas e se ele não souber discutir decentemente? Adoro discutir com as pessoas. Para eu me manter ao lado de alguém, amigo ou amante, tem que me despertar o tesão verbal, tanto para falar besteiras e fazer piadinhas infames de madrugada quanto para conversar sobre política e religião. Só é uma pena que essas pessoas são raras, talvez por isso gosto tanto dos poucos que aparecem pela minha frente, pela raridade.
Pela falta dessas pessoas, falo muito sozinha, muito, o tempo todo, principalmente quando estou andando. Discuto comigo o tempo todo, mas isso não tem tanta graça, eu sempre tenho razão, não importa quais argumentos saiam vitoriosos, sou eu que ganho e isso é meio chato, um tanto quanto entediante.

" - Eu nunca me enganei. Mentira. Me enganei uma vez. Achei que tinha me enganado...."

É, acho que estou um pouco neurótica....

sexta-feira, junho 09, 2006


Sem idéia...
Então digo:
Durmo pensando
Acordo dormindo
Dormindo penso
Pensando durmo

Ainda mais sem idéia...
Repito:

Durmo pensando
Acordo dormindo
Dormindo penso
Pensando durmo

Talvez,agora,quem sabe...
Esbravejo:
Durmo pensando
Acordo dormindo
Dormindo penso
Pensando durmo
Um pouco cansado,mas ainda assim tentando...
Balbucio:
Durmo pensando,Acordo dormindo,Dormindo penso,Pensando durmo
.
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.
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Em vão !?!

terça-feira, junho 06, 2006

Se um dia eu tiver um filho,ele ouvirá Syd Barret apartir do útero.

sexta-feira, junho 02, 2006


Eu tenho um sonho,um mesmo sonho,que sempre se repete,mudando apenas os personagens,desde criança,ele nunca se vai,dormindo ou não,o mesmo sonho,na verdade ele não repete, continua,progride ao nada.Branco...tudo que me rodeia nele é branco,sensação de infinito,de insignificância,mas como já disse,não estou sozinho,há muitos,todos em busca de uma saida,em busca de uma porta.Um a um eu os levo a uma determinada porta,mostro lhes como sair,um a um.Ninguém sai por qualquer porta,para cada um,há uma especifica.Aos poucos,todo o grupo antes ali presente desaparece,um a um pelas suas respectivas portas que eu havia mostrado,até que surge outras pessoas,e uma a uma,encaminho os a suas portas,suas saidas,todos se vão,branco,e mais branco,infinito insignificante,e assim repete se,e repete,caminha para mais grupos,mais portas,mais branco,mas nunca à minha porta.Sempre me perguntei porque raios nunca encontro a minha maldita porta,encontro a de todo e qualquer ser ali,mostro lhe,mas nunca a minha.De uns tempos pra cá tenho tido esse sonho com maior frequência,e curiosamente alguns fatos e frases não sonhados acabam me remetendo a ele,ainda assim não encontro a porta,a minha porta,justamente por isso cheguei a conclusão de não mais a procurar,sim,desisti de tal porta já pronta.Continuarei mostrando as portas aos demais se necessário,mas meu foco será a construção de uma aos meus moldes.Talvez demore,esse tipo de coisa não é nada simples,mas não a construirei sem auxilio,nem mesmo sairei sozinho.