segunda-feira, julho 30, 2007


Fim de julho, recomeço das aulas. Em outras palavras, abaixar a cabeça e afundar, no meu mundo, como um bom autista.


quinta-feira, julho 26, 2007



Acabei de assistir novamente um filme que é importante para mim. Desde que o assisti pela primeira vez gostei. No fundo ele não tem nada de mais, não é nada revolucionário, nem possui uma grande fotografia. Ele é formado por diálogos, muitos, sobre tudo. E isso que me encantou, por ser formado por conversas sem sentidos, idéias, sugestões, piadas infames, ele tem uma veracidade complicada.
Fui entender ainda mais esse filme mais ou menos um ano atrás. Um simples acaso que junta duas vidas. Duas pessoas que absolutamente não se conhecem, não são do mesmo mundo, não conhecem as mesmas pessoas e que ainda assim são extremamente parecidas.
Uns podem dizer que acaso e destino não existem. Depende. Jogar a culpa de tudo no destino, no azar, é pura burrice. Se você não estudar, não passa num concurso. Se você não for um bom empregado, não mantêm o emprego. Na maioria das vezes o mundo é feito de ação e reação, causa e conseqüência. Mas ignorar o destino e o instinto pode ser algo leviano.
Brigar para ir em um lugar, seguir uma pessoa com o olhar numa rua neutra, encontrar essa pessoa depois de algumas horas no lugar para onde você estava se dirigindo desde o começo, vê-la ainda no lugar após quase todos já terem ido embora, puxar assunto sem querer, fazer um convite e a pessoa aceitar, descobrir semelhanças, a pessoa te contar que também te seguiu na rua neutra, que estava na outra calçada quando te viu, parou de ver o tal espetáculo a que assistia para ir atrás de você, contar que estava nesse lugar por não ter mais nada para fazer.
Nada é favorável para você encontrar essa pessoa. Vocês moram longe, não freqüentam os mesmos lugares , a probabilidade é mínima, mas acontece.
A ironia é tão grande que vocês brincam que um criou o outro que é tudo imaginação. Ou que a pessoa é seu amigo (!) imaginário, feito para testar suas máquinas de tortura físicas e psicológicas.
Pensando nessa história toda, não consigo deixar de imaginar se não era isso que tinha que acontecer. Que exatamente essa pessoa apareceu no momento certo e falou (ou deixou de falar) as coisas certas. Que se essa mesma pessoa aparecesse um pouco mais cedo, não receberia o mesmo valor e se surgisse um pouco mais tarde, talvez fosse tarde demais.
Lembrando das pessoas que passaram pela vida, às vezes se tem a impressão que elas apareceram na hora errada. Algumas, você preferiria que nunca tivessem surgido ou que viessem mais tarde. Outras você gostaria de guardar numa caixinha e deixar no fundo da gaveta, esperando o momento certo de tirá-la e ouvir as coisas que lhe disseram muito cedo.
No fundo, talvez o destino seja apenas uma artimanha dos nossos desejos, talvez tenhamos o poder de, imperceptivelmente, fazer com que aconteça o que queremos e, contando um pouco com a sorte, realizar nossos anseios.


(Fato: Também já foi feita uma troca, escolhe-se uma palavra, ganha-se um poema...)

quarta-feira, julho 25, 2007

Há coisas que eu jamais poderia dizer (ou que pelo menos não deveria), por motivos óbvios ou nem tanto assim...

“Igual ao Rock N’ Roll, os tiroteios foram inventados pelos negros e usurpados pelos brancos.”
Todo Mundo Odeia o Chris

Sitcom criada e narrada pelo Chris Rock. Humor negro, literalmente, da melhor qualidade. Se eu falasse tal frase, poderia ser preso por racismo e espancado em via pública.


Ontem eu acordei chupando um limão
Ontem eu acordei chupando um limão
Ontem eu acordei chupando um limão
Radiohead – Everthing in its Right Place

Thom York divagando em uma das suas composições Radioheadianas. Caso a autoria fosse minha, duvido que alguém apreciaria.


segunda-feira, julho 23, 2007


Alguns filmes tem o dom de nos fazer sentir desconfortáveis. Uma simples impressão de que você conhece ou gostaria de conhecer o que está diante de seus olhos. Uma inveja boba, uma pergunta que paira: "será que isso existe realmente?". Mas o quê existe realmente, o que você quer saber se é verdade?
Um olhar falso na tela do cinema que você gostaria que fosse com você e que fosse real, risadas que ecoam numa sala vazia, a docilidade e a aspereza em um mesmo instante no êxtase (S.M. 1 - estado de quem se encontra como que transportado para fora de si e do mundo sensível, por efeito de exaltação mística ou de sentimentos muito intensos de alegria, prazer, admiração, temor reverente), gentilezas mínimas, dores silenciosas, arroubos de loucura, simples sutilezas.
Não entendo o que me leva a querer isso, não sei se acho que uma relação assim possa existir. Acredito e não acredito. Acredito porque as vezes ela não me parece tão distante. Não acredito por não ser muito capaz de acreditar em "finais felizes" , mesmo quando ele não é feliz nem é um final e por mesmo quando ele está ao lado, está sempre por um triz.

sábado, julho 21, 2007


"Quando sair de casa terei que comprar café só por tua causa."

sexta-feira, julho 20, 2007


O sexo é algo banal(izado). Ontem ao ligar a Tv, antes mesmo da imagem surgir na tela, já podia ouvir o grande Galvão Bueno gritar “Enfia o Braço”, "Enfia o braço nelas", “Agora sim é a hora de enfiar o braço” e coisas semelhantes. Pois é, Fist Fucking sendo incitado/divulgado até mesmo nas tardes da Tv aberta...


Nota (muito importante, do contrario não seria nota):
O “FF” de Fist Fucking sempre me faz lembrar do “FF” de Foo Fighters. O Sr (Dave) Grohl diz que o seu “FF” vem de um termo que os aviadores, durante a segunda guerra, utilizavam para designar “fenômenos aéreos misteriosos”. Particularmente, essa coisa de ovnis nunca me convenceu.

quinta-feira, julho 19, 2007

Acordar por volta das seis da manhã, definitivamente não é nada agradável. Se ao menos fosse um acordar programado, uma intimação para algo exterior como um trabalho (coisa comum ao seres), não haveria do que reclamar, não muito. Seria pelo menos algo remunerado (!). Porém despertar as seis, no mais puro ócio corrosivo e tão pouco criativo (ultimamente), é uma tortura. O dia passa a render muito mais, você passa a ver noticiários, analisar o método de persuasão dos programas considerados femininos e também daqueles chamados “infantis” para crianças. Isso até que pode ser útil para um radialista em formação, mas como não acredito na classe comunicativa de comunicação nacional, de nada me adianta. Tudo acaba mesmo em desencontros completamente desnecessários e não desejados. Você quer falar com alguém, não pode, é muito cedo. Alguém quer falar com você, não consegue, esta dormindo. E assim por diante. Por atos não concluídos, maior o anseio, maior a necessidade pelo próximo tão pouco imediato. E ainda assim quando digo que a insônia me faz bem, não acreditam.

terça-feira, julho 17, 2007


Revista
Época, Edição n°477


O povo tá levando essa coisa de Panamericano muito a sério.
Quanto mais por "dentro", melhor...

sábado, julho 14, 2007


Nessa semana uma das minhas esperas terminou. Pra bem ou mal, assisti “Cão Sem Dono”, quinto e mais recente longa do Beto Brant, realizado em co-direção com Renato Ciasca.

Esse é exatamente o tipo de filme que mais odeio, não por achar ruim, de baixa qualidade ou qualquer coisa do gênero, mas por gostar demais, pela proximidade atingida. Antes de ver “Cão Sem Dono”, tinha “Crime Delicado” como meu predileto dos filmes do Brant, agora essa opinião mudou, o que eu já esperava, sem desmerecer nenhum um pouco “Crime Delicado”, somente acreditava em um passo maior.

Após realizar “O Invasor”, publico e critica esperavam uma certa continuação no trabalho de Beto Brant, pra não dizer mais do mesmo, porém a peça seguinte foi justamente “Crime Delicado”, e com ele veio a ruptura, uma não moral da estória, um não começo/meio/fim, em uma não clara forma e tão pouco em néon vermelho para cegos. O que facilmente não agrada o (grande?) publico.Uns dizem que essa virada é um amadurecimento, outros que é uma tentativa de realizar um cinema jovem (!)...

Cão Sem Dono não é filme-favela nem mesmo telefilme/jornal. Nele há o subjetivo tão repudiado, a proximidade desconfortável, o vazio que preenche, e a semelhança que destrói. Não há reconciliação familiar, não há volta desejada (fica apenas na projetada), e até mesmo o cão deixa de ser (e não existir), absorvido pelo torpor diário.

sábado, julho 07, 2007

Tudo ainda lá, algumas novas, nada parece ser tão grande como antes, oito anos apenas. Não leva muito, você cai, lembra de promessas, socos e frases. Beijo morto. O frio permanece idêntico, assim como boa parte das cabeças. Sem diferença alguma, todos foram mortos, caminhando por aqui, ali também, onde esteja. Não há livro ou capuz, mas a forma de sentar ainda é a mesma, a parede se foi, mas a forma como senta ainda é a mesma. O grito é mudo e as faces sem corpo. Mudo.

terça-feira, julho 03, 2007

segunda-feira, julho 02, 2007