quarta-feira, outubro 31, 2007
segunda-feira, outubro 29, 2007
Eu tinha uma jaqueta preta, manga longa, de camurça. Ninguém tinha algo daquele tipo na escola. Não faço idéia de onde comprei, possivelmente em um brechó qualquer. Também não tenho idéia porque lembrei disso. Era uma das minhas roupas prediletas, se não a mais. Lembrar onde ela foi parar, eu não consigo, isso foi na 3° ou 4° serie. Creio que na terceira, pois não tenho boas recordações da quarta. Eu deveria ter estudado na 4°A, período da tarde, mas pouco antes do inicio das aulas o professor tirou licença médica. O que poderia ser banal pra qualquer um, não foi pra mim, a pessoa que ficaria no lugar dele, era a minha mãe. Uma mãe professora já é algo difícil, na mesma escola que você, ainda mais, como sua professora então, sem chance. Ela só foi minha professora por um único dia, e não foi na terceira série. No entanto, mesmo que por um dia, acabei socando um garoto na sala de aula. Na verdade, eu comecei dando joelhadas, depois socos, com ele encostado na lousa. Por causa do meu tamanho, e do karatê, eu conseguia facilmente dar joelhadas na cabeça de alguém. Voltando, por causa dessa licença acabei preferindo (junto com a minha mãe), estudar pela manhã, na minha tão querida
sábado, outubro 27, 2007
sexta-feira, outubro 26, 2007
Ela não conseguia se concentrar. Tudo era muito importante, tudo a fazia sentir viva. Mas naquela semana nada tinha dado certo. A experiência pela qual passava a marcaria para o resto da vida, seja de modo positivo ou negativo. Os outros falavam, ela fingia ouvir. Ouvia. Um pouco, somente. Lento. Tudo lhe parecia distante. As notícias se misturavam a pensamentos confusos. Deixava-se tomar pela agitação geral, mas não se sentia parte daquilo. Não se sentia parte de nada. Aquilo em que acreditou durante um certo tempo fazer parte, aos poucos se sentia como que excluída.
quinta-feira, outubro 25, 2007
quarta-feira, outubro 24, 2007
Ele lhe disse que ela era tudo o que ele queria numa garota. Ela nunca lhe disse, mas ele é tudo o que ela nunca procurou em um garoto. Não procurou por não acreditar existir. Ao encontrar, ela duvidou. Não acreditava que existia. Ela riu do que se mostrava. Porém, depois de muito relutar, ela aceitou. E, então, ele quis partir.
terça-feira, outubro 23, 2007
Ela não sabia o que fazer, muito menos o que pensar, somente olhava os trens que passavam por ela. Sentada na estação sentia como se tudo tivesse ruído e nada do que fizera foi levado em consideração. Tentava entender como isso teria acontecido, o por quê. Não conseguia. Ali, sozinha, imaginava situações. Tentou se arrepender, mas não conseguiu, falou apenas a verdade. Desprezo. Durante anos ela tentara exatamente isso, o desprezo, o descarte. Fora bem sucedida. Agora ela não queria mais ser assim. Ela buscou o reconhecimento e por um tempo conseguira, mas o passado quis ser cruel. Foi punida por coisas que já passaram. Disseram que nem tanto mudou assim, mas será? Como se manter com a tal resposta? Esperar. Ela esperava o trem. Ela esperaria também. Até o ponto final. Ela se sentia injustiçada, pois mesmo depois de tudo, nela nada havia mudado. Antes ou agora. Ou no futuro, quem sabe. Dependendo, tudo se mostrava ainda mais forte e ela se assustava. Não se reconhecia na violência. Queria realmente entender. O caminho, seguido automaticamente. A noite em claro. O trem. O tempo. O mundo. Dizem que ele dá voltas, será? Geralmente dizem isso para incentivar alguém, se for assim, ele dá voltas, para ele só a deixava enjoada e a fazia cair. Não queria mais se importar. Seguir sozinha sem ligar. Não conseguia. O trem parado. O túnel. Calor. A busca desesperada por ar. A sensação de prisão. Asfixiante. Descer. Respirar. Tentar ao menos. A resposta ingrata ecoando na mente não tão lucida. Não sabia mais se o mal estar era de dor, de medo, de surto. Qual a diferença? Seguir o caminho automático, lavar o rosto, as mãos, os pulsos. Quem és? Sorrir. Fazer. Mentir. Tudo um mero jogo de cena. Esperar. Esperar que o trem venha. Esperar que a dor passe. Esperar que tudo acabe. Que não tenha muita importância. Esperar que se supere. Que seja afável. Esperar que se tenha palavras. Esperar. De que vale?
segunda-feira, outubro 22, 2007
Ria. Bom noite senhora, como tem passado? Continuo a descer. Oi. Deixo de lado, não tem mais importância. Ri. Não vai me responder? Que pessoa mais indelicada você é. Prefiro sentar, parece ler. Lento. Tudo bem, fiz o que pude, tenha uma boa noite. Tanto faz, como tanto fez, fará. Passo essa. Como? Uma e quinze, cedo ainda. Entre sua escolha, pela mesma, desce. Onde? Permissividade gloriosa e intransigente. Ria. Duas e meia, porque? Por nada.
domingo, outubro 21, 2007
sábado, outubro 20, 2007
O longa teve um orçamento em torno de 11 milhões de reais, desses onze, 5,5 milhões foram captados por meio de recursos privados e públicos via renuncia fiscal em território nacional, através de contribuintes brasileiros, legalmente aprovado pela Ancine, a Agência Nacional do Cinema.
Nada disso soaria estranho a não ser por alguns fatos básicos: O filme foi rodado na Argentina, com exceção de menos de 3 minutos presentes no filme feitos em Sp; O elenco consiste em uma maioria esmagadora de argentinos, de brasileiros, temos Paulo Autran em sua ultima aparição no cinema; O filme foi baseado na obra, de mesmo nome, do argentino Alan Pauls; É falado em espanhol, e conta a estória de um casal portenho; Por último, temos o próprio Sr. Babenco, um argentino naturalizado brasileiro. Um longa argentino então? Não pra Ancine.
Segundo Luis Fernando Noel, superintendente de fomento da Ancine, o que importa para uma produção ter liberdade de captação de recursos em território brasileiro é apenas um, a produtora por trás do filme tem que ser nacional. Com isso o céu é o limite, desde que a produtora seja brasileira. Legal, não?
sexta-feira, outubro 19, 2007
quinta-feira, outubro 18, 2007
Quando criança Aline sonhava. Ao crescer Aline deseja voltar aos seus longínquos sonhos devidamente escondidos, possivelmente encontrar alguns de que nem mais se lembra, criar tantos outros e não pisar mais
terça-feira, outubro 16, 2007
segunda-feira, outubro 15, 2007
sábado, outubro 13, 2007
quarta-feira, outubro 10, 2007
segunda-feira, outubro 08, 2007
sexta-feira, outubro 05, 2007
quarta-feira, outubro 03, 2007
Se me perguntassem qual seria o meu dom, responderia sem titubear: Perder. Perco tudo, perco qualquer coisa. De vontade, auto estima, carteirinha da faculdade, passando por cd’s (somente o cd, a capa sempre permanece), carteira, canetas, cadernos, etc. O mais importante/interessante é que sempre perco as coisas na minha própria casa, o que pelo menos não me causa prejuízos. O mais engraçado é que na maioria das vezes o local do desaparecimento (e futuro encontro) é meu próprio quarto. Não que ele seja muito grande, nem mesmo espaço, mas tem muita coisa por aqui, de maneira organizada, acredite. Semana passada encontrei o controle remoto da Tv, desaparecido por uns 4, 5 meses. Porém, hoje ele sumiu novamente. Eu que tive que me habituar a existência sem um controle de Tv, voltei rapidamente aos prazeres da comodidade sedentária e pós moderna, bom enquanto durou. Como disse, dom.